Mulheres que inspiram: Ligiana


Nome/Cidade/Estado:
Ligiana/Viçosa/MG.

Profissão:
Estudante.


Fez, faz faculdade ou tem vontade de cursar? Qual curso?

Estudo Arquitetura e Urbanismo.

Indique um livro interessante que você acredita que todos deveriam ler.
Com certeza o que mais me emocionou: A Cidade do Sol, de Khaled Hosseini. E, claro, toda a saga de Harry Potter.

O que você pensa sobre o padrão de beleza feminino ditado pela sociedade?
É o que todos dizem... poucas se encaixem; estão sempre tentando se adequar a algo que a cada dia parece mais impossível; gera insatisfação, intolerância... e por mais que a maioria de nós tenhamos consciência de que tentar se encaixar 100% no padrão é impossível e estúpido, não deixamos de reproduzí-lo, mesmo inconscientemente. É como se desde pequenas passássemos por uma lavagem cerebral. Creio também que padrões sempre existiram... só mudam com o passar do tempo. Como lidamos com eles... bom, muitas vezes é uma luta pessoal. Nossos familiares e amigos podem ajudar. Mas o autoamor vem principalmente de um esforço interno, que em algumas vezes parece ser leve, e em outras bem difícil. O diferente pode ser considerado exótico ou abominação, depende da capacidade de amar que uma pessoa tem para si própria e para o outro. E essa capacidade pode ser expandida; depende de uma luta interna e questionamentos a respeito do que nos é passado.

Você já sofreu algum preconceito/machismo por ser mulher? Pode nos contar?
Já. Inúmeras vezes. Quando pequena, os menininhos da vizinha, da escola, da rua, me chamavam de quatro olhos. Brincadeira de criança? Ou coisas idiotas que aprendemos em casa, na escola ou na rua? A partir de um dia, decidi evitar saber a respeito do que as pessoas achavam de mim. A opinião de estranhos não deveria fazer diferença nenhuma em minha vida. Creio que me alienei um pouco, mas foi uma das melhores coisas que fiz. Um dia conheci um cara por quem me apaixonei. Ele era um daqueles chatos que de repente você começa a achar legais. Ele não gostava de mim; pelo menos não da forma como eu queria. Anos depois nos reencontramos. Ele estava diferente; pelo menos fisicamente; e começamos a nos conhecer de forma menos superficial do que da última vez. Percebi que eu havia me encantado por alguém que existia apenas na minha cabeça. Depois de um tempo, o machismo era tão gritante que não rolava nem diálogo mais. Por ser homem, ele acreditava (acho que ainda acredita) que deveria manter quantas opções de mulheres ele quisesse para ficar quando quisesse; e que suas opções, que usassem tudo que pudessem para “conquistar” seu coração e se tornar a única em sua vida. Levantar o tom de voz, dizer não, entre outras coisas, eram formas de perder pontos com ele. Ser a garota meiga e delicada, sempre disponível para ouvir desabafos e críticas entre elogios (que era pra manter as garotas ali) eram formas de conseguir pontos com o tal. Doce ilusão a minha de pensar que conseguiria mudar a forma dele de ver a vida... Mudanças têm que partir de nós próprios; dificilmente conseguimos ter grandes contribuições para mudar alguém. E, antes disso, o amor próprio deve ser bem consolidado, de modo que facas saídas da boa de alguém não sejam capazes de perfurar nossos escudos.

Para você, o que significa uma mulher se valorizar?
Se reconhecer como alguém importante; de valor, independente da opinião de um ou outro que coloca uma venda nos olhos e começa a cuspir palavras sem conhecimento. Começar a perceber que não deve valorizar alguém que não mereça fazer parte de sua vida. Ser seletiva com seu ciclo de amizades e com opiniões que lhe são transmitidas. Ter pensamento crítico.

Para melhorar sua autoestima, o que você faz?
Leio livros; assisto filmes construtivos; mantenho perto apenas pessoas que me alegram a alma; tento ser crítica e questionar ideias pre-concebidas.

Sobre a luta das mulheres pelos seus direitos, que incentivo você pode dar as outras mulheres?
Critiquem até mesmo seus próprios pensamentos. E tenham em mente que extremismos são prejudiciais. A luta deve ser os direitos humanos/sociais.


Tem algum blog ou site que você escreve e queira compartilhar?

Não.

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